quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Planeta tem 8,7 milhões de espécies conhecidas, aponta levantamento



"Olá pessoal, como estão? Espero que bem. Estou só passando para dizer que essa semana está corrida e que não estou tendo muito tempo de postar, mas sempre que aparecer uma brecha estarei postando algo novo para vocês. Não sei ao certo, mas acho que hoje vai ser apenas isso, espero que não.Amanhã a noite postarei outra coisa e o final de semana será recheado de notícias, curiosidades e muito mais.

See you later!"


Contagem vale para seres com membrana celular e exclui bactérias e vírus.

Trabalho de dez anos foi feito pelo Censo da Vida Marinha.

O mundo possui 8,7 milhões de espécies vivas - com 6,5 milhões delas vivendo na terra e 2,2 milhões na água - segundo um levantamento divulgado nesta terça-feira. A contagem exclui animais procariontes - que possuem células sem membrana para cercar o núcleo, local onde se encontra os cromossomos - como bactérias e vírus. Os dados do "censo" foram foram publicados na revista de livre acesso PLoS Biology.

Os dados foram reunidos pela equipe do Censo da Vida Marinha, responsável por divulgar em 2010 um mapa da distribuição das espécies em 25 áreas do mundo. Coordenados por Camilo Mora, cientista da Universidade do Havaí, os censores afirmam ter o número mais preciso já obtido por taxonomistas

Mas o número está longe de ser definitivo. Os mesmos cientistas que fizeram a contagem acreditam que ainda existem 91% espécies aquáticas e 86% terrestres a serem descobertas, descritas e catalogadas. Há também uma "margem de erro" na contagem atual: podem existir 1,3 milhão de espécies a mais ou a menos.

Espécie de arroz selvagem conhecida como 'Oryza officinalis' na literatura científica. (Foto: PLoS Biology)


Importância
Até então, a estimativa das espécies conhecidas na Terra era baseada na opinião de cientistas, o que tornava o número total de espécies um mero chute, já que as estimativas variavam de 3 milhões até 100 milhões de seres vivos.

Para a equipe de Camilo Mora, a humanidade se esforça para preservar os animais, mas não faz ideia exatamente sobre quantas espécies existem. "Se nós não soubéssemos - mesmo a ordem de grandeza (1 milhão, 10 milhões, 100 milhões) - dos habitantes de uma nação, como iríamos planejar o futuro de um país?", explica o cientista.

A incerteza se reflete até mesmo em trabalhos minuciosos como da União Internacional para a Conservação da Natureza, que fez um trabalho para conhecer as espécies conhecidas e listar as ameaçadas.

Conhecida como Lista Vermelha, a relação indica a existência de 59.508 espécies monitoradas, 19.625 delas em perigo de extinção. Isso significa que apenas 1% dos seres vivos conhecidos recebe algum tipo de controle de uma das principais instituições do ramo.

O nome e a classificação de uma espécie ainda segue o esquema definido pelo taxonomista sueco Carolus Linnaeus (Carlos Lineu em português) há 253 anos (1758). A taxonomia de Lineu - com dois nomes em latim para descrever a espécie, escritos em itálico - serviu para identificar, até agora, 1,25 milhão de espécie. Dessas, um milhão são terrestres e 250 mil são aquáticas.

Outras 700 mil espécies já teriam sido descobertas, mas a descrição e a classificação ainda não chegaram aos bancos de dados principais no mundo.

Para resolver o problema usando as técnicas atuais, seriam necessários 300 mil taxonomistas, trabalhando durante 1,2 mil anos e gastando um total de US$ 364 bilhões. Mas o desenvolvimento de técnicas de pesquisa com o DNA dos animais já começou a reduzir os custos para identificar os seres vivos.

Camilo Mora destaca que o conhecimento das espécies é vital para entender os processos ecológicos e evolutivos e tentar garantir a sobrevivência da diversidade das espécies. Ele destaca que muitos seres vivos nascem, vivem, geram descendentes, morrem e são extintos sem que os humanos sequer os conheçam.

Veja como foi feita a divisão das espécies conhecidas do domínio Eucariota (animais com membrana nuclear):

  • - Animais: 7,7 milhões de espécies (953.434 descritas e catalogadas)
  • - Plantas: 298 mil espécies (215.644 descritas e catalogadas)
  • - Fungos: 611,000 espécies (43.271 descritas e catalogadas)
  • - Protozoários: 36.400 espécies (8.118 descritas e catalogadas)
  • - Cromistas: 27,500 espécies (13.033 descritas e catalogadas)

domingo, 21 de agosto de 2011

Estudo abre caminho para tratamentos que evitem o alastramento do câncer

Cientistas britânicos dizem ter descoberto de que forma células cancerosas conseguem sair de tumores e se espalhar pelo corpo, um avanço que abre caminho para o desenvolvimento de drogas que impeçam o alastramento da doença.

câncer/SPL
Ao se espalhar pelo corpo, a doença se torna mais agressiva e difícil de tratar

Os pesquisadores, do Institute of Cancer Research, em Londres, Inglaterra, dizem ter identificado uma proteína conhecida como JAK que ajuda as células cancerosas a gerar força necessária para o alastramento.

Em artigo publicado na revista Cancer Cell, a equipe diz que as células se contraem como músculos para gerar a energia que permitirá que se movam, forçando seu caminho pelo organismo.

Quando um câncer se espalha - um processo conhecido como metástase - ele se torna mais difícil de tratar, já que tumores secundários tendem a ser mais agressivos.

Estima-se que 90% das mortes provocadas pelo câncer ocorram após a metástase - o que torna imperativo que o processo de alastramento da doença seja controlado.

A proteína JAK
Após estudar substâncias químicas envolvidas no processo de alastramento das células em melanomas - câncer de pele -, a equipe concluiu que as células cancerosas se alastram de duas formas.

Elas podem forçar sua passagem para fora de um tumor ou o próprio tumor forma corredores por meio dos quais as células podem escapar.

O líder do estudo, Chris Marshall, disse que ambos os processos são controlados pela mesma substância."Existe um padrão comum de uso da força gerada pelo mesmo mecanismo, uma mesma molécula, chamada JAK", ele disse.

A proteína JAK já é conhecida por especialistas que estudam o câncer. Ela já foi, por exemplo, associada à leucemia. Por conta disso, já há drogas sendo desenvolvidas para atuar sobre ela.

"Nosso novo estudo sugere que essas drogas possam, talvez, interromper também o alastramento do câncer", disse Marshall.

"O teste vai ser quando começarmos a ver se qualquer desses agentes vai impedir o alastramento. Estamos pensando em (realizar) testes clínicos nos próximos anos", acrescentou.

Desafio
Uma representante da entidade de fomento a pesquisas sobre o câncer Cancer Research UK disse que o grande desafio no tratamento da doença é impedir o alastramento pelo corpo e manter o câncer que já se alastrou sob controle.

A representante, Lesley Walker, disse: "Descobrir como as células cancerosas podem abrir passagem pelos tecidos, saindo dos tumores primários e se espalhando por outras áreas, dá aos cientistas uma melhor compreensão a respeito de formas de parar o alastramento".

Fonte: BBC Brasil